terça-feira, 15 de março de 2011

Os sete saberes necessários à educação do futuro - Edgar Morin



Disponível em:
http://www.edgarmorin.org.br/textos.php?p=6&tx=17


Os sete saberes necessários à educação do futuro não têm nenhum programa educativo escolar ou Universitário, e aliás não está concentrado no primário, nem no secundário, nem no ensino universitário, mas  aborda problemas específicos para cada um desses níveis que precisam ser apresentados, porque dizem respeito aos setes buracos negros da educação completamente ignorados, subestimados ou fragmentados nos programas educativos,  que, na minha opinião, devem ser colocados no centro das preocupações da formação dos jovens que, evidentemente, se tornarão cidadãos. 


O primeiro buraco negro diz respeito ao conhecimento. Por quê? 
Porque, naturalmente, o ensino dá conhecimento, fornece conhecimento, saberes. Porém, nunca se ensina o que é o conhecimento, apesar de ser muito importante saber o que é o conhecimento, tendo em vista que nós sabemos que o problema chave do conhecimento é o erro e a ilusão. 


Ao examinarmos as crenças do passado, concluímos que a maioria delas contém erros e ilusões, mesmo quando pensamos há vinte anos atrás e constatamos como erramos e nos iludimos sobre o mundo e a realidade. 


E por que isso é tão importante? Porque o conhecimento nunca é um reflexo ou espelho da realidade. O conhecimento é sempre uma tradução, seguida de uma reconstrução. Mesmo no fenômeno da percepção em que os olhos recebem estímulos luminosos que são transformados, decodificados, transportados a um outro código, e esse código binário transita pelo nervo ótico, atravessa várias partes do cérebro e isto é transformado em percepção, logo a percepção é uma reconstrução. 


Tomemos o exemplo da percepção constante que é a imagem do ponto de vista da retina: as pessoas que estão perto, parecem muito maiores do que aquelas que estão mais distantes, pois, a distância, o cérebro não registra e reconstitui uma dimensão idêntica para todas as pessoas, assim como os raios ultravioletas e infravermelhos que nós não vemos, mas sabemos que eles estão aí e nos impõem uma visão segundo as suas incidências. 


Portanto, temos percepções, ou seja, reconstruções, traduções da realidade, e toda tradução comporta  o risco de erro, como dizem os italianos “tradotore/traditore”. Assim como sabemos também que não há nenhuma diferença intrínseca entre uma percepção e uma alucinação. Por exemplo: se tenho uma alucinação e vejo Napoleão ou Júlio César, não há nada que me diga que estou enganado, exceto o fato de saber que eles estão mortos. 


Mas são os outros que vão me dizer se o que vejo é verdade ou não, quero dizer com isso que estamos sempre ameaçados pela alucinação. Até nos processo de leitura, por exemplo, isto acontece. Nós sabemos que não seguimos a linha do que está escrito, pois, às vezes, nossos olhos saltam de uma palavra para outra, ou um grupo de palavras e reconstrui o conjunto de uma maneira quase alucinatória, ou seja, neste momento é o nosso espírito que colabora com o que nós lemos.


E não reconhecemos os erros porque deslizamos neles, é o mesmo que acontece, por exemplo, quando há um acidente de carro, as versões e as visões do acidente são completamente diferentes, principalmente, pela emoção e o fato das pessoas estarem em ângulos diferentes......


Veja o texto completo em:
http://www.edgarmorin.org.br/textos.php?p=6&tx=17

Veja muito mais sobre Edgar Morin em: http://www.edgarmorin.org.br/
VAI VALER A PENA!!!

Nenhum comentário: